Primeiro, para que funcionemos como os olhos do corpo, temos de ter todo o cuidado com o respeito a como usamos os nossos próprios olhos. Jó demonstrou ter uma grande sabedoria, quando disse:
“Fiz aliança com meus olhos; portanto, como os fixaria numa virgem?” (Jô 31:1)
Jô fez uma aliança com os seus olhos para não olhar para o que o fizesse tropeçar. Se o nosso olho for bom, fixado no Senhor, todo o nosso corpo será cheio de luz.
Podemos permitir que a luz ou as trevas entrem em nossa alma através do que olhamos. A cobiça é um dos principais agentes destruidores da visão profética. A cobiça é o egoísmo em sua forma mais vil-exatamente o oposto da natureza de Deus, a quem procuramos imitar.
O apóstolo Paulo escreveu aos Efésios:
“Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força.”(Efésios 1:18-19)
Para sermos proféticos precisamos estar com os olhos do nosso coração abertos, não os olhos da nossa mente. O meio principal pelo qual isso ocorre é quando olhamos somente para o senhor. Isso significa contemplar o seu chamado, não simplesmente o nosso; contemplar a gloria da sua herança, não a nossa herança; e contemplar a insuperável grandeza do seu poder, não as nossas próprias capacidades. Só teremos a verdadeira visão profética na medida em que olharmos através dos olhos do Senhor.
Os Olhos do Nosso Coração
Temos também de ver com os olhos do nosso coração com maior clareza do que com os olhos físicos. O que vemos no reino espiritual tem de ser mais real para nós do que o que vemos no reino natural. Abraão foi um profeta e um grande exemplo de alguém cuja visão do coração era mais poderosa do que a de seus olhos naturais. Ele deixou a maior cultura que havia no mundo porque se dispôs a procurar a cidade que Deus estava edificando. Ele olhou para o futuro e viveu por aquela visão como se fosse uma realidade então presente. Por isso foi que o Senhor Jesus confirmou: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu o e regozijou-se”(João 8:56)
Abraão, por ter visto o dia do Senhor e a ressurreição, não vacilou ao comando de Deus para sacrificar o seu filho Isaque. Ele sabia que seu filho era tipo do Messias que viria a que, isso foi confirmado no livro de Hebreus:
“Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos e, figuradamente recebeu Isaque de volta dentre os mortos ” (Hebreus 11:19)
Abraão não estava vivendo para o reino temporário, mas para a eternidade. Este é o chamado de todos os crentes, mas é, em particular, um fundamento essencial para todos os que queiram atuar no MINISTÉRIO PROFÉTICO.
Para atuáramos no ministério profético precisamos viver num reino diferente. Não podemos apenas ver a igreja na situação em que presentemente ela se encontra, mas a vemos segundo o que ela é chamada a torna-se. Muitas vezes temos de ver as coisas que ainda não existem como seja existissem (Romanos 4:14) e profetizar a realidade futura do plano e do propósito de Deus.
O Teste dos “Ossos Secos”
Todo verdadeiro profeta deve passar pelo teste de Ezequiel 37. O que vemos no presente vale de ossos secos? Aqueles que não tem visão só verão a morte. O verdadeiro profeta pode ver, ao olhar até mesmo para os ossos mais secos, um exército super grandioso, e profetizará vida àqueles ossos.
Não chegaremos à verdadeira unidade simplesmente nos reunindo, mas somente quando todos contemplarmos Aquele que mantém todas as coisas juntas “pela palavra do seu poder” (Hebreus 1:3).Qualquer um pode ver a Babilônia, mas quem pode ver a majestosa cidade que Deus está edificando? Isso requer visão profética, ver as coisas além do seu estado atual, contemplando Aquele em quem todas as coisas no céu e na terra se convergirão.