domingo, 31 de outubro de 2010

As 95 Teses de Martinho Lutero


A RELIGIÃO APRISIONA CRISTO LIBERTA


Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria que vocês reflita sobre estes assuntos , as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé.
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue.


Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.



1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.
4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese
O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese
Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema
10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese
Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese
Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese
Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
21ª Tese
Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24ª Tese
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
26ª Tese
O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese
Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.
30ª Tese
Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese
Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32ª Tese
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese
Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34ª Tese
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.
35ª Tese
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese
Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese
Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39ª Tese
É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
41ª Tese
É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
44ª Tese
Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.
46ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada
48ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
50ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52º Tese
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53ª Tese
São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55ª Tese
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.
57ª Tese
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.
59ª Tese
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese
Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.
62ª Tese
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63ª Tese
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese
Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese
Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-
70ª Tese
Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
71ª Tese
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73ª Tese
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75ª Tese
Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
78 ª Tese
Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.
77ª Tese
Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
78ª Tese
Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.
79ª Tese
Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80ª Tese
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81ª Tese
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
82 ª Tese
Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
83ª Tese
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?
84ª Tese
Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85ª Tese
Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
86ª Tese
Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87ª Tese
Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?
88ª Tese
Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
89ª Tese
Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90ª Tese
Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese
Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92ª Tese
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
93ª Tese
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
94ª Tese
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Fundamento do Avivamento


O fundamento do avivamento está firmado em três fatores indispensáveis: estudo da Bíblia, oração e arrependimento. Esses elementos "movem a mão de Deus" a favor do seu povo. "Esta afirmação é fiel e digna de crédito porque o Senhor está comprometido com a sua Palavra, prometeu ouvir nossas orações e não rejeita um coração contrito e arrependido" (Salmo 51). Não podemos, porém, separar esses três pontos. Palavra sem oração pode resultar em intelectualismo e heresia. Oração sem arrependimento do pecado não produz nenhum efeito. E arrependimento, sem um confronto com a Palavra de Deus, é impossível, pois é a Bíblia que nos mostra nossas falhas, enquanto o Espírito Santo nos convence.

Na carta à igreja de Éfeso, o Senhor Jesus diz: "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência... Trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste... Tenho porém contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste e arrepende-te." (Apocalipse 2:2-5). Aqueles irmãos tiveram um início glorioso em sua experiência com Deus. A epístola de Paulo aos efésios nos dá a entender que aquela igreja não era problemática como a de Corinto por exemplo. Os efésios eram espirituais, entusiasmados e abençoados no princípio.

Contudo, o tempo passou e algo mudou. Aparentemente, tudo estava como antes; as obras continuavam a todo vapor. A igreja de Éfeso era muito ativa e trabalhadora. Entretanto, a essência estava comprometida. Havia muito trabalho e pouco amor; muita atividade humana e pouca unção do Espírito.

Veio então a palavra do Senhor com o objetivo de avivar a sua igreja. E o que é avivamento? É renovação. É reanimar. É dar vida. Avivamento não é sinônimo de barulho, música agitada, palmas e gritos. Tudo isso pode, eventualmente, ocorrer em nossos cultos, mas o avivamento legítimo é o resgate de valores espirituais outrora abandonados.

É bom lembrar o que diz em 2º Crônicas 7:14 "E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra."

No contexto em que esse versículo foi escrito, sarar a terra significava fazer cessar as pragas na lavoura, enviar a chuva, que estava tão escassa, e fazer com que houvesse grande produção no campo e no rebanho. Assim, a vida do povo seria beneficiada em todos os aspectos.

Isto é avivamento. Deus tira as pragas e maldições e derrama a sua bênção. Tudo começa com estudo da Bíblia, oração e arrependimento, e culmina com bênçãos sem medida. Seus principais efeitos na igreja são: renovação do nosso entusiasmo pela obra de Deus, grande número de conversões, manifestações de dons espirituais, despertamento de novos ministérios, além de bênçãos pessoais diversas.

Tudo isso é resultado do mover do Espírito Santo, que muitas vezes fica bloqueado pelos nossos pecados e pela nossa negligência. O fundamento do avivamento é a volta à Palavra de Deus.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Chamados Segundo o Seu Propósito


por

John Piper



Romanos 8:28-30

Romanos 8 é um dos capítulos mais sangrentos do Novo Testamento. Veja os versículos 35 e 36:

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: ‘Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro'”.

Porém, sobre esta violenta pintura da vida cristã, Paulo escreve a palavra ESPERANÇA com um grande pincel vermelho. Por exemplo, no verso 37, ele exclama: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores”. Não apenas vencedores, mas mais que vencedores! Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada não são apenas vencidos; são mais que vencidos: se tornam servos para nosso bem.

Este é o significado do aclamado versículo 28: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”. As versões diferem um pouco aqui. A NTLH diz: “Pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano” . E a “Revista e Atualizada” diz: ”Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.

Para o meu estudo, estou inclinado a ler a KJV (N.T.: King James Version) como a mais fiel ao palavreado original de Paulo. Mas a diferença não é tão grande que você tenha de aceitar minha palavra para o que digo. Todas as versões significam basicamente que Deus está tão soberanamente no controle do mundo que todas as coisas que acontecem aos cristãos são ordenadas de tal forma que elas servem ao nosso bem. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada – todas trabalham juntas para o bem dos que amam a Deus.

Então a rude esperança do crente não é que nós escaparemos da angústia ou do perigo, ou fome, ou de um massacre, mas que o Deus Todo-Poderoso fará cada uma de nossas agonias um instrumento de Sua misericórdia para o nosso bem. “Vocês planejaram o mal contra mim”, José disse a seus irmãos que o tinham vendido como escravo, “mas Deus o tornou em bem”. É assim também com toda calamidade que acontece àqueles que amam a Deus. Deus a torna em bem.

Seis quarteirões a oeste daqui, na 7th Street, um alicerce está sendo escavado para um novo prédio. Uma gigante cavadeira mecanizada fica no centro do terreno, arrancando fora toda a sujeira e lançando em caminhões de lixo que a transportam para longe. Observando da borda, eu estimo que o buraco já tem 5 ou 6 andares de profundidade. O que nós podemos inferir disso? Eu deduziria que alguma coisa muito grande será assentada no terreno, já que um alicerce muito profundo está sendo cavado. Quanto maior o prédio, de maior alicerce ele precisará.

Quando se trata da arquitetura de promessas, não existe um prédio maior que Romanos 8:28. A estrutura é absolutamente assombrosa em seu tamanho. É grandiosa. É infinitamente sábio, infinitamente poderoso Deus se comprometer a fazer todas as coisas benéficas para seu povo. Não apenas coisas boas, mas coisas horríveis, como tribulação, angústia, perigo e morte. Que tijolo você colocaria no topo desta promessa arranha-céu para fazê-la mais alta? “Todas as coisas” significa todas as coisas.

Se você vive debaixo desta promessa grandiosa, sua vida é tão sólida quanto uma rocha. Nada pode levá-lo além das paredes de Romanos 8:28. Do lado de fora desta promessa tudo é confusão, ansiedade, medo, incerteza, abrigos inúteis de drogas anestésicas, o chão perigoso de planos de aposentadoria, fraquíssimas forticações de mísseis antibélicos e uma centena de substitutos para Romanos 8:28.

Uma vez que você entra pela porta da grandiosa e inabalável estrutura de Romanos 8:28, tudo muda. O que vem em sua vida é estabilidade, força e liberdade. Você simplesmente não pode ir além disso. A confiança num Deus soberano que governa para nosso bem toda a dor e todo o prazer que iremos experimentar nos dá refúgio, segurança e poder absolutamente incomparáveis em nossas vidas. Nenhuma promessa em todo mundo supera a altura, a largura e o peso de Romanos 8:28.

Conseqüentemente, a base dessa estrutura grandiosa deve ser extraordinariamente profunda e poderosa. É claro que é. E é sobre isto que nossa série de quatro semanas tratará. O versículo 29 começa com “porque”. Isto significa que a base, o alicerce, o fundamento desta grandiosa estrutura em Romanos 8:28 é o que segue. E não deveríamos nos supreender que haja uma fantástica fundação para suportar uma fantástica promessa.

Meu objetivo nestas quatro semanas é guiar você através da fundação da promessa de Romanos 8:28. Minha oração é que sua confiança nesta promessa cresça e que estabilidade, força, liberdade, esperança e alegria renovadas em sua vida sejam provas vivas para o mundo de que nosso Deus reina. A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus. Nós lutamos para nossa fé ser cada vez mais forte. Conseqüentemente, isto nos leva a dar atenção verdadeira à Palavra de Deus.

Então, eu entendo que o versículo 28 contém uma promessa (todas as coisas cooperam para o bem) e duas descrições dos beneficiados por ela (aqueles que amam a Deus e aqueles que são chamados segundo Seu propósito). Ao descrever os beneficiados pela promessa, Paulo nos dá uma pequena prévia do profundo alicerce que ele desenvolverá nos versículos 29 e 30.

Especialmente quando ele diz que os beneficiados são os “chamados segundo o propósito de Deus”, Paulo aponta para os versos 29 e 30 mais adiante. O versículo 29 é uma explicação do “propósito de Deus” (“Porque os que conheceu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”). E o versículo 30 desenvolve as implicações do “chamados” no versículo 28 (“aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou”).

Então meu plano é devotar a mensagem desta manhã a Romanos 8:28 e sua fundação resumida, e à noite me dedicarei às lições do versículo 29. Nas três semanas seguintes, manhã e noite, no versículo 30.

A questão que nós abrimos no versículo 28 é: Quem são os beneficiados por esta promessa grandiosa? Quem pode ter certeza de que todas as dores em sua vida são realmente uma sábia e boa terapia de um Deus soberano para trazer o bem?

Paulo dá duas respostas. Ou ele descreve de dois modos uma única resposta. Ele define os beneficiados da promessa primeiro pelo que eles fazem em favor de Deus, e segundo pelo que Deus fez em favor deles. Os beneficiados pela promessa são as pessoas que amam a Deus. Este é o primeiro e grande mandamento, que você ame o Senhor, seu Deus. Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam.

Então, em segundo lugar, Paulo descreve os beneficiados pela promessa como “aqueles que são chamados segundo Seu propósito”. Qual o sentido de dizer que, além de amarem ao Senhor, estas pessoas também são “chamadas segundo o propósito de Deus”? Para responder esta questão, vamos analisar duas passagens em que Paulo cita o chamado de Deus e duas em que ele refere-se ao propósito de Deus.

A pista mais próxima sobre o significado dos “chamados” no verso 28 é o verso 30, em que Paulo diz: “aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou”. O que aprendemos neste verso é que Deus justifica todo aquele que Ele chama. Ele os perdoa. Ele esquece suas dívidas. Ele os trata como retos. Eles são Seus filhos. “Aos que chamou, a estes também justificou”.

Isto significa que o chamado referido aqui não é o chamado geral que se dá a todo homem pela pregação do evangelho. Se fosse assim, todo aquele que ouvisse o evangelho seria justificado. Porque o verso 30 diz “aos que chamou, a estes também justificou”. Se todo mundo que ouve Billy Graham os chamando para Cristo pela televisão é “chamado”, no sentido de Romanos 8:30, então todos também estão justificados. Mas Paulo claramente ensina que nem todos os chamados no sentido geral são justificados. “Nós somos justificados pela fé!” (Romanos 5:1). Nem todo aquele que é chamado no sentido geral tem fé e, conseqüentemente, nem todos são justificados. Mais ainda, Paulo diz “aqueles que são chamados SÃO justificados”.

Paulo nos explica isto em 1 Coríntios 1:23-24: “ 23 Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, 24 mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, é sabedoria de Deus”. Observe cuidadosamente que Paulo prega Cristo para os judeus e para os gentios sem discriminação. Neste sentido, todos são chamados. Mas este não é o sentido que Paulo usa para a palavra. Ele diz que entre aqueles que ouviram o chamado geral, existem aqueles que são os “chamados”. E a diferença é que aqueles que são chamados no sentido deste trecho param de considerar Cristo como um escândalo ou loucura. Em lugar disso, eles o consideram o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Verso 24: mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, Cristo se torna poder de Deus e sabedoria de Deus.

Portanto, Paulo ensina que, quando o evangelho é pregado, Deus chama alguns tão poderosamente que seus corações e mentes são mudados em relação a Jesus Cristo, e eles O abraçam em fé e amor. Por isso Paulo pode dizer em Romanos 8:30 que “aqueles que são chamados são justificados”, ainda que a justificação só venha pela fé – o chamado de Deus produz fé; abre os olhos dos cegos para que possam ver que Jesus é sabedoria e poder de Deus.

O chamado de Deus que Paulo tem em mente não é como chamar um cachorro: “Aqui, Rex! Aqui! Vem cá, garoto!”. Rex pode ou não vir. O chamado de Deus é como o chamado de Jesus para o cadáver de Lázaro: “Lázaro, vem para fora!”. O chamado contém o poder de produzir o que ele ordena. É um chamado eficaz. Por isso Paulo pode dizer em Romanos 8:30 que todos “que chamou, também justificou”. A certeza de sua justificação está no fato de que a fé pela qual os homens são justificados é produzida pelo chamado eficaz de Deus.

Assim, quando Romanos 8:28 diz “Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito”, isto quer dizer que os beneficiados desta promessa grandiosa são aqueles que uma vez não amavam a Deus, mas agora amam. E o fazem porque, de forma eficaz, o Deus os chamou das trevas para a luz, da descrença para fé, da morte para a vida, e plantou em seus corações amor por Ele. O chamado eficaz de Deus é o novo cumprimento completo da aliança de Deuteronômio 30:6 – “Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas”.

A razão pela qual os beneficiados de Romanos 8:28 podem ter certeza de que Deus certamente irá cumprir sua promessa a eles é que o próprio Senhor os chamou irresistivelmente para sua aliança e os capacitou para cumprí-la. Uma coisa é Deus enviar uma mala-direta endereçada “a quem possa interessar” convidando todos para o banquete em que todas as coisas cooperam para o bem. Mas outra, totalmente diferente, seria se Deus dirigisse até sua porta, caminhasse, pegasse você, lhe colocasse no carro, dirigisse até o banquete de Romanos 8:28, desse vestes de amor apropriadas para o jantar e assentasse você à destra de seu Filho. Não seria uma iniciativa pessoal de Deus, como no segundo caso, que daria uma confiança muito mais profunda de que Ele realmente pretende conquistar você com misericórdia todos os dias e fazer tudo cooperar para seu bem?

Nós negamos esta profunda e maravilhosa segurança quando não abraçamos a doutrina da soberania divina, do chamado eficaz. Há um poder que chega à vida de um cristão quando ele sabe como veio a ser beneficiado por esta promessa incomparável. E como se não fosse o bastante para nos assegurar que nos tornamos beneficiados pelo chamado eficaz de Deus, Paulo adiciona as palavras “segundo seu propósito”. Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu próposito.

Qual o motivo de Paulo adicionar este complemento “segundo seu propósito”? Eu acredito que foi para tornar perfeitamente claro e certo que o chamado de Deus se origina em Seu propósito e não no nosso. O chamado de Deus não é uma resposta a algo que nós prometemos fazer. Deus tem Seus próprios propósitos, altos e sagrados, que governam aqueles que Ele chama, e Seu chamado concorda com estes propósitos, não com os nossos. Ele não dirigiu até minha porta, me pegou, e me levou ao banquete porque eu concordei com meu propósito de salvação, mas porque concordou com o dEle. Se ele estivesse esperando eu ter o propósito de ser salvo, eu ainda estaria assistindo televisão em casa.

Nós podemos ver a força desse pequeno trecho (“segundo seu propósito”) se olharmos outro lugar em Romanos onde o termo aparece, a saber, Romanos 9:11. No contexto Paulo está tentando mostrar que nem todos os israelitas são verdadeiros israelitas (versículo 6), nem todos são filhos de Abraão só porque descendem dele (v. 7) e a diferença se um é um verdadeiro israelita ou verdadeiro filho de Abraão depende do propósito e chamado de Deus, e não do homem. Observe os versos 10 a 12:

“E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai 11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), 12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor”.

O motivo desta passagem é ilustrar pelo exemplo de Esaú e Jacó (os filhos gêmeos de Rebeca) a natureza do chamado de Deus. Jacó e Esaú estavam no mesmo útero. Eles tinham o mesmo pai. Eles não tinham feito nada bom ou mau. E Deus concedeu seu favor a Jacó, e não a Esaú. Por quê? Por que não esperar que eles crescecem e tivessem uma chance de mostrar qual dos dois teria méritos que o fariam justo diante de Deus, para então chamar um e outro não? Porque Deus revelou sua escolha antes mesmo de eles nascerem?

Versículo 11 dá a resposta, e usa muito das palavras de Romanos 8:28. “Para que o PROPÓSITO de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que CHAMA”. O chamado incondicional de Deus é livre de quaisquer méritos humanos, é o meio pelo qual Deus mantém seu propósito eletivo. Se Ele não chamasse os homens ignorando seus méritos, mas o fizesse baseado nisto, então o propósito divino da eleição caíria por terra.

Deus seria como um candidato político procurando votos, indo de eleitor a eleitor para ver se ele poderia ser eleito Senhor. Deus proporia, mas o homem decidiria. O tamanho da base política de Deus estaria dependendo, no fim, do voto do homem. O sucesso das missões cristãs, e a possibilidade de converter toda tribo, raça, língua e nação seria definido pelo voto humano.

Mas o apóstolo Paulo nada disse de um Deus assim. Ao contrário, ele diz que Deus favoreceu a Jacó e não Esaú antes de eles nascerem para que o SEU propósito segundo a eleição permanecesse firme, não por causa de suas obras, mas somente baseado em Seu chamado – o chamado segundo Seu propósito de eleição.

O que é, então, o alicerce de Romanos 8:28? Como aqueles que amam a Deus terão certeza de que tribulação, angústia, fome, nudez, perigo, espada ou morte irão de fato cooperar para o seu bem? A resposta é que aqueles que amam a Deus também são aqueles que foram chamados por Deus, e este chamado não é baseado em algo vacilante e incerto como meu comprometimento com Deus, mas somente em seu propósito eterno de eleição; propósito pelo qual Ele me concedeu graça sem levar em conta qualquer ação minha.

Nossa confiança de que todas as amargas e felizes coisas em nossa vida irão se tornar servos do nosso bem não é baseada simplesmente no fato de que há uma promessa na Bíblia. Mas também se baseia no fato de que, desde a eternidade, Deus, em Sua grande misericórdia nos escolheu para aproveitar Seu banquete e nos deu evidência de nossa eleição por chamar-nos para termos um coração (não de pedra!) que ama a Deus.

“Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito”.

Amém.

(Sermão pregado em 13 de outubro de 1985)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A PARÁBOLA DE JOTÃO

A PARÁBOLA DE JOTÃO

Juízes 9:7-15

INTRODUÇÃO
No tempo dos juizes, Israel não tinha rei. Eles não eram organizados politicamente nem socialmente como nação, mas viviam como tribos que cultivavam a terra e criavam rebanhos.

Gideão foi um dos principais Juízes de Israel, quando o Senhor o chamou para libertar os israelitas do jugo dos amalequitas. A primeira orientação que Deus deu a Gideão foi que ele destruísse os ídolos da casa de seu pai, quebrando assim a influência e a herança que recebera de sua família. Gideão mostrou com isso que
estava consciente do chamado do Senhor.

Após a sua vitória contra os seus inimigos, os israelitas quiseram fazer de Gideão seu rei, mas ele não aceitou. Um de seus filhos, chamado Abimeleque, se apresentou desejando o cargo, e para isso matou todos os seus irmãos, para que não houvesse concorrentes. Um de seus irmãos, o mais novo, conseguiu escapar da matança. Seu nome era Jotão, o qual proferiu uma parábola para todo o Israel, advertindo-o contra o reinado de seu cruel irmão Abimeleque. A parábola fala de árvores que buscavam um rei que reinasse sobre si. As árvores representam homens.

A OLIVEIRA - Tipifica a unção, o derramar do Espírito Santo e os dons espirituais na vida da igreja. As revelações e a direção que o Senhor, pelo seu Espírito, tem dado ao seu povo.

A FIGUEIRA - Representa aquilo que está ligado a Israel como nação. É a profecia que veio através dos profetas do Velho Testamento. As revelações contidas nos escritos dos profetas e na história do povo de Israel.

A VIDEIRA - Aponta para a Igreja; para o plano de salvação através do Sangue de Jesus; o novo nascimento; a doutrina de corpo (cacho de uvas); o louvor, a glorificação e a graça.

O ESPINHEIRO - É tudo aquilo que é próprio da natureza humana e que fere os outros. É aquilo que é ruim e que não dá fruto algum. É a mentira (não tem sombra), a maledicência, o preconceito, a falta de amor, etc., no meio da igreja. O espinheiro, quando se estabelece, é como fogo que destrói o cedro (Obra).

O CEDRO - Tipifica a Obra do Senhor. O cedro é uma árvore gigantesca, com um tronco reto, de madeira de lei, que chega a 30 m de altura por 5 m de diâmetro. É muita pretensão do espinheiro querer queimar uma árvore como o cedro.

CONCLUSÃO
Nós temos que cultivar na igreja, hoje em dia, a Oliveira, a Figueira e a Videira.
Aquilo que elas representam espiritualmente precisa reinar no nosso meio. Se elas não reinarem, o Espinheiro termina reinando, e quando isso acontece, o Cedro, que é tipo da Obra, corre o risco de ser destruído.
Podemos citar como exemplo prático o Culto Profético. Ele depende da unção e dos dons espirituais, além da profecia e da participação do Corpo, para ser cumprido.
Se a igreja falhar em cultivar a unção, a profecia e a graça do Senhor, quem vai acabar se estabelecendo é o espinheiro. Ele é a religião, a falta de sabedoria e outras coisas
que destroem a Obra do Espírito. A pessoa que cultiva o espinheiro se torna como ele mesmo, isto é, produz espinhos e queima-se facilmente (quando chamada à atenção).

Há um juízo do Senhor para o espinheiro (Mq 7: 4).