quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ativação Profética



Em Lucas 10, Jesus reuniu 70 discípulos e orou ativando neles e por meio deles, a manifestação dos sinais do Reino de Deus em forma de cura, libertação e a bênção da paz. Semelhante, Moisés também reuniu 70 anciãos e foi canal de Deus para ativar neles a manifestação da unção profética. Seria essa uma chave bíblica e um firme princípio espiritual para orarmos hoje por pessoas a fim de que elas sejam ativadas na unção profética ou no ministério de milagres?
Particularmente eu creio que sim. A experiência descrita por Lucas, onde encontramos Jesus ativando a unção do Espírito Santo em seus discípulos para somente depois os enviar de dois em dois é, nada mais nada menos, que a versão neo-testamentária da mesma operação de fé vivenciada anteriormente por Moisés e 70 anciãos no deserto.
Números 11:16-17: "E disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e ali estejam contigo. Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu não a leves sozinho".
A única diferença está no propósito, Moisés precisava obter auxílio para julgar o povo de Israel e Jesus desejava comissionar os discípulos para tarefa de apresentar a mensagem do Reino de Deus com palavras e sinais.
No deserto, a experiência mística das manifestações espirituais moveram-se em torno dos dons vocais, ou seja, a palavra profética. Já entre os discípulos de Jesus, os sinais eram de cura, libertação, arrependimento e bênção da paz. Porém, em ambos os episódios, Deus veio ao encontro deles e repartiu sobre uma porção da unção do Espírito Santo que anteriormente já havia sido concedida ao líder. A isso chamamos de ativação profética!
Lucas 10:23-24: "E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes. Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram".
Qualquer pessoa pode ser ativada no profético, mediante fé e oração a Deus pedindo pela graça dessa experiência. Deus em sua soberania é quem concede as
manifestações e os sinais do Espírito Santo, em nós e por meio de nós. No entanto nem todos que foram ativados no profético serão necessariamente ministros de ofício profético. Talvez sua mente esteja nicotizada por uma teologia mais conservadora e ao ler este artigo, esteja perguntando: "Deus não poderia ter manifesto individualmente aos 70 homens sua unção e poder diretamente? Por que seria necessário 'tirar do espírito que estava sobre Moisés' e repartir entre eles?".
Permita-me ajudá-lo a compreender esse princípio no mundo espiritual. Vamos ilustrar com a operação das línguas estranhas, um dom freqüente e amplamente experimentado nos dias de hoje. Deus pode e deseja intensamente manifestar-se individualmente a qualquer pessoa que o busque com toda força de sua alma, do seu entendimento. Ele sempre estará potencialmente disposto a ativar diferentes operações de fé que a mente humana possa ou não compreender.
Porém, Ele estabeleceu um princípio de autoridade espiritual e outro princípio de transferência de unção, onde as pessoas que andarem fisicamente próximas, emocionalmente fiéis e espiritualmente honraram ao outro, estarão habilitadas para receberem uma porção da habilidade espiritual que Deus já ativou na vida e no ministério alheio.
Você já deve ter ouvido falar de pessoas que estavam sozinhas em seu quarto, carro ou cozinha e foram poderosamente visitadas pelo poder de Deus ao ponto de manifestarem instantaneamente a evidência do falar em línguas. Ninguém impôs as mãos sobre elas, ninguém orou nos ouvidos, nem ensinou-as sobre esse fundamento bíblico, simplesmente Deus manifestou-se diretamente a elas em resposta a uma expectativa interior. Isso exemplifica o quanto Deus pode ativar uma operação de fé individual e diretamente a uma pessoa.
Porém, quantas pessoas você conhece que já receberam a manifestação do dom de línguas estranhas depois de um ensinamento bíblico sobre o tema, foram chamadas a frente do altar e receberam auxílio com imposição de mãos e oração nos ouvidos? Ambos são eficientes, nenhum dos casos é mais ou menos espiritual do que o outro. Mas qual deles é mais freqüente? Com certeza, impormos as mãos e ministrarmos uns aos outros qualquer operação de dons espirituais.
De todas as pessoas que você conhece, que oram em línguas estranhas, quantas o receberem sozinhas, individualmente, e quantas o receberem por terem sido ministradas por outra pessoa e auxiliadas por meio do princípio bíblico de transferência de unção e ativação dos dons??? Certamente que os testemunhos de pessoas que receberam sozinhas são estatisticamente menores, o que me leva a concluir que o princípio espiritual estabelecido por Deus na igreja do novo testamento é o da edificação coletiva do corpo de Cristo, quando reunido com liberdade para o exercício dos mais diversos dons. Uns devem ministrar aos outros a fim de não nos tornarmos ignorantes quanto ao poder do Espírito Santo.
O mesmo se aplica aos dons vocais de profecia, palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, discernimento de espíritos ou interpretação de línguas e as operações de fé seguidas de milagres. Podemos ativar no ministério dos outros aquilo que em algum momento já o recebemos verticalmente em nossa intimidade com Deus. Uma vez feito isso, aquele que recebeu esse estímulo de fé e sinais poderá mergulhar em Deus em práticas devocionais mais profundas e ir mais longe que nós. Nessa perspectiva, fica fácil compreendermos o que Jesus queria ensinar quando afirma em João 14.12 "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai".