segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Cordeiro de Deus



João Batista veio para preparar o caminho do Senhor. No momento oportuno, ele apontou para Jesus de Nazaré e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” No dia seguinte, ele repetiu a mesma descrição do Senhor (João 1:29,36).
João foi guiado pelo Espírito a usar a palavra certa. Mais de 90% das ocorrências da palavra “cordeiro”, no Velho Testamento, referem-se a ofertas e sacrifícios a Deus, inclusive a bem-conhecida profecia messiânica de Isaías 53:7. Os discípulos de João, judeus que esperavam o Messias, entendiam a importância de sua declaração, mesmo precisando de provas para formar suas próprias convicções (João 20:30-31). A palavra aparece mais algumas vezes em Atos (8:32) e nas epístolas (1 Coríntios 5:7; 1 Pedro 1:19), mas o livro que mais descreve Jesus com este termo é o Apocalipse. Mais de 30 vezes no último livro da Bíblia, Jesus é identificado como o Cordeiro.
O Cordeiro no Apocalipse é uma figura com poder absoluto. O papel dele de sacrifício é central, mas ele se apresenta como o Cordeiro que foi morto mas agora vive. Pelo seu sangue, ele dá a vitória aos fiéis e lava as vestiduras deles (7:14; 12:11). O Cordeiro, também descrito como o Leão de Judá, é o único digno de abrir os selos do livro para revelar e executar a vontade de Deus (5:1-5). Ele é digno, também, de receber a adoração de todas as criaturas no céu e na terra (5:11-14). Aparece no monte Sião com os fiéis da terra (14:1).
Um dos fatos mais impressionantes sobre o Cordeiro do Apocalipse é que ele é um guerreiro vitorioso. Apesar da imagem comum de cordeiros como animais mansos e inofensivos, o Cordeiro de Deus é um forte vencedor, garantindo a vitória dos fiéis que estejam com ele (17:14). Por outro lado, aqueles que rejeitam o Cordeiro são punidos diante dele (14:10). No final do livro, os discípulos são chamados às bodas do Cordeiro, quando ele recebe sua noiva (19:7-9; 21:9). O Cordeiro se torna a lâmpada que ilumina a cidade santa. Eis o Cordeiro de Deus!

"Digno é o Cordeiro"

João Batista, cuja missão era preparar o caminho até Cristo, identificou a Jesus como o Cordeiro de Deus por orientação divina: "No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim. E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém que me eviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus. No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!" (João 1:29-36).

O Cordeiro Personificado

Através dos séculos, o cordeiro tem chamado a atenção por sua natureza mansa. Em seu espírito de humildade, Jesus personifica o cordeiro. Vinte e oito vezes no livro de Apocalipse, João usa a palavra que descreve Jesus como cordeirinho. Se tivesse ficado com desejo de vingança, poderia ter mandado descer 12 legiões de anjos para destruírem seus inimigos (Mateus 26:53). Mas "ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pedro 2:23).

O cordeiro, notado pela mansidão, tipifica também a pureza. O cordeiro oferecido em sacrifício não podia ter mancha nem defeito. Quando Deus deu instruções referente à primeira Páscoa, a instrução foi: "O cordeiro será sem defeito" (Êxodo 12:5). Cristo, "o Cordeiro de Deus", personifica maravilhosamente essa qualidade. Pedro escreveu sobre o Cristo sem mácula S "Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1 Pedro 1:18-19).

A vida mansa e pura de Cristo nos leva à sua terceira semelhança com o cordeiro. O cordeiro nascia para passar pela morte sacrificial, sendo o primeiro animal identificado com o sacrifício. Abel ofereceu as primícias do rebanho (Gênesis 4:2-4). O jovem Isaque disse ao pai Abraão: "Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gênesis 22:7). Sob a lei de Moisés, ofereciam-se cordeiros diariamente, e em muitas ocasiões especiais também (Números 28, 29). E, ainda assim, os animais, mesmo quando ofertados pelos mais consagrados, não podiam limpar o pecado. "Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hebreus 10:4).

Na plenitude dos tempos, Deus providenciou um sacrifício melhor, sem mancha, sem defeito. Os que cravaram esse cordeiro na cruz e lançaram a lança em seu lado não perceberam que estavam liberando o sangue que poderia limpar todo homem do pecado. "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."

Deus, em sua infinita sabedoria, tornou possível que tivéssemos acesso ao sangue do Cordeiro, precioso e capaz de expiar pecados, voltando-nos para a cruz, para a sua morte e para a fonte redentora ininterrupta. "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte" (Romanos 6:3).

O Cordeiro Glorificado

Na terra, o homem submeteu o Cordeiro à morte agonizante da cruz. Gloriando-se de sua crueldade triunfante, "assentados ali, o guardavam" (Mateus 27:36). No céu, onde predominam a verdade e a justiça, aclama-se a glória do Cordeiro.

"Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Apocalipse 5:11-12).

Aquele que foi desprezado pelas criaturas terrenas e adorado e louvado pelas celestes. Aquele que foi visto pelas criaturas da terra como indigno da vida na terra, é visto pelas criaturas celestiais como o vencedor, o "Senhor dos senhores e o Rei dos reis" (Apocalipse 17:14).

O Cordeiro Justificado

Mas chegará o dia inevitável em que a graça de Deus dará lugar à justiça, quando os inimigos do Cordeiro clamarão para os montes e para as pedras: "Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o Grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se" (Apocalipse 6:16-17). O mesmo livro que identifica Cristo como o Cordeiro, também o identifica como o Leão (Apocalipse 5:5-6).

As advertências foram muitas. "A alma que pecar, essa morrerá" (Ezequiel 18:4). "Porque o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). Há uma diferença eterna entre: "Vinde, benditos de meu Pai!" e: "Apartai-vos de mim, malditos" (Mateus 25:34,41).

Nesta era, em que ainda persiste a graça, a sabedoria clama a todos os filhos de Adão para que vejam a Cristo e o adorem, como fez João: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"

- por Billy Norris
Estudo Textual: Apocalipse 6:1-7
O Cordeiro Abre os Selos
A hora de abrir o livro tinha chegado. Imagine-se sentado na platéia de um teatro. Quando se descerra a cortina, o Cordeiro abre os primeiros quatro selos e quatro cavalos galopam através do palco. Cada um é de uma cor diferente e tem uma missão diferente. O quinto selo revela as almas dos mártires em baixo do altar clamando por vingança contra aqueles que derramaram seu sangue. Quando o sexto selo foi aberto, houve um terremoto e catástrofes horríveis; os homens estavam tomados de pânico.

Interpretação:

Quatro cavalos. O livro de Apocalipse utiliza freqüentemente sinais do Velho Testamento. Em Zacarias 1 e 6, cavalos coloridos simbolizam forças de reconhe-cimento de Deus e suas armas de punição. É razoável entender os cavalos de Apoca-lipse do mesmo modo. Eles pertencem ao Senhor e através deles ele observa a situa-ção do mundo e exerce sua ira. O cavalo branco é o cavalo conquistador de Deus; o vermelho é o cavalo de guerra do Senhor. O preto traz fome sobre a terra e o cavalo cinza traz a morte. O julgamento que os cavalos executaram não foi total. O cavalo cinza matou um quarto do povo. A fome trazida pelo cavalo preto danificou somente o trigo, porém nem o óleo, nem o vinho (numa seca limitada, os grãos, de raiz mais rasa, serão atacados antes das vinhas e das oliveiras).

Almas sob o altar. Quando eram feitos sacrifícios no Velho Testamento, o sangue (representando a vida ou a alma Levítico 17) do animal era derramado na base do altar. Semelhantemente, a vida ou o sangue dos cristãos que tinham sido sacrificados pelos perseguidores estava na base do altar celestial de Deus, clamando a Deus por vingança contra os inimigos e para que fosse vitorioso sobre a perse-guição feroz. O sangue injustamente derra-mado clama por justiça (veja Gênesis 4:10). Este apelo dos mártires forma o tema central do livro inteiro. O livro de Apocalipse revela Deus castigando os perseguidores e vingando os cristãos.

Eventos cataclísmicos. O sexto selo revela o começo do julgamento de Deus contra os perseguidores dos cristãos. Soa como se fosse o fim do mundo. Mas não pode ser, ainda há 16 capítulos restantes em Apocalipse. De fato, esta linguagem foi usada freqüentemente pelos profetas do Velho Testamento de um modo tocante para simbolizar a queda de uma nação ou uma cidade (veja, por exemplo, Isaías 13:9-13; 34:4-5; Ezequiel 32:7-8). Estes símbolos indicaram o começo do trans-bordamento da ira de Deus contra aqueles que haviam assassinado os cristãos.

Sugestões para aplicações:

Aqui estão três lições importantes:

Deus está no comando de tudo. Ainda que seus cavalos sejam invisíveis, ele executa seus planos por meio deles, como lhe agrada.

Deus corrigirá os agravos que os cristãos sofrem. Ainda que o horário de Deus não seja nosso, no fim ele fará sua causa prevalecer.

A ira de Deus é feroz e inescapável. Leia 6:15-17 de novo e observe o terror daqueles que estão enfrentando a fúria de Deus.

por Ismael Rodrigues

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